sexta-feira, julho 11, 2008

Revolução Gramática

Companheiros e Companheiras:

Mais uma vez a burguesia tenta minar a força do proletário, impondo os supostos "benefícios" do mundo capitalista, que no fundo só interessa a uma pequena minoria. Estou falando da tal da "Reforma da Gramática" que pretende unificar a maneira de se escrever de todos os países lusófonos.

Mais uma vez, nessa "Reforma", quem paga o pato é o trabalhador. Gramáticos de todo o país têm vindo a público defender essa absurda e mesquinha modificação na escrita, que dentre outros crimes contra o povo, elimina de uma vez por todas o emprego da trema.

Durante muitos anos, a trema foi fundamental para o desenvolvimento da Gramática, ajudou a consagrar autores e tornar os professores de português figuras ímpares no crescimento do país. E de uma hora para outra, milhares de tremas vão ser simplesmente despejadas na rua, deixando na miséria um sem número de famílias. É por isso que nós da SAASGSP (Sindicato dos Acentos, Astericos e demais Sinais Gráficos do Estado de São Paulo), somos contra essa atitude abusiva.

Como consolação, os autores da Reforma oferecem cursos de qualificação para empregar os tremas desempregados como dois-pontos. No entanto não oferecem garantias que esses novos profissionais da grafia serão inseridos no mercado de trabalho. Não basta simplesmente despejar novos dois-pontos no mercado, é preciso estimular o uso de diálogos e qualificar um grande número de travessões para a empreitada. Isso promove uma desvalorização do trabalhador, e uma grande queda nas condições de escrita. Algo semelhante aconteceu com os astericos, que com o estouro das notas de rodapé (que nada mais passam de artifícios para contratar jovens letras como estagiárias, que ocupam um espaço menor e são pior remuneradas), foram substituídos por números. O resultado todos sabem, um grande número de astericos obrigados a passar gel nas suas vistosas cabeleiras, para trabalhar como pontos finais. Alguns gramáticos já defendem que os tremas e dois pontos serão obrigados a trabalhar em duplas com pontos finais (muitos dos quais já foram glamourosos astericos) e se transformarem em reticências. É isso que vocês querem? Uma linguagem vaga, sem garantias?

Acentos do Brasil, uni-vos!!! Se hoje o trema é quem perde seu emprego, logo serão os acentos agudos e circunflexos, crase e mesmo os tils que perderão sua vez. Já deixamos que os imperialistas norte-americanos nos impusessem o "k", o "y" e o "w," já somos invadidos por suas palavras e expressões. Agora querem que usemos uma linguagem rebaixada, sem acentos, e logo teremos suas palavras curtas, e ao pronunciar falaremos pelo nariz. É isso que vocês querem? A automatização da linguagem? Escrever como se fala?

Vamos deflagrar uma greve!!! Sem acentos e sinais gráficos, não se imprimem livros, revistas e tampouco jornais, não se ministram aulas de gramáticas e sequer se digitam emoticons no msn. Vamos mostrar a força da acentuação desse país. Não ao fim do trema!! Não à implosão da nossa gramática!!! Vamos mostrar a eles com quantos travessões se faz uma canoa!!

Até a vitória, companheiros!!!

3 comentários:

Unknown disse...

Tá certo Chapola, apoiado!! Coitado dos pobres acentos gráficos, tb sinto a ausência deles!!rsrsrs Beijão!

Mythus disse...

Quanto ao uso dos sinais gráficos, sou bastante favorável. Entretanto, perceba que estamos tratando dos tempos atuais quando não usamos "êle" ou "favoràvelmente". Hoje, esses sinais são totalmente dispensáveis.

O que me preocupa nas novas regras é que aumentará o número de palavras que só saberemos pronunciar se as conhecermos como: quera, equidade, equícola, etc.

Sobre o teu comentário lá no blog. Alguns dizem que é, outros que não. Vai la saber.

R Lima disse...

Tanta reforma.. e vão ensinar o povo a ler e escrever qdo msmo:???

Abçs meu nobre,



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