quarta-feira, janeiro 10, 2007

Voltando ao circuito de cinemas...

Acabaram-se as aulas, já posso me considerar um jornalista, e o melhor de tudo, tenho minhas noites livres durante a semana. Resolvi voltar a cultivar o hábito de ir ao cinema essa semana.
Combinei com alguns amigos e assistimos a três filmes: "Em direção ao sul", "Ping-Pong da Mongólia" e "Pequena Miss Sunshine". Dos três, não recomendo apenas o primeiro, que achei muito óbvio, e usa a velha fórmula "Amor-impossível-em-um-país-tomado-por-uma-guerra-civil."
"Ping-Pong da Mongólia" é um filme muito bonito, que preza pela simplicidade. Um grupo de meninos, filhos de pastores de ovelhas na Mongólia começam a descobrir o mundo através de uma misteriosa bolinha de ping pong achada em um lago por um deles.

Já "Pequena Miss Sunshine" é uma pérola. Uma comédia muito engraçada e inteligente, que deixa uma porção de pequenas lições pelo caminho. Uma família no mínimo incomum, sendo o pai o criador de um método de auto-ajuda que não dá certo, um filho que fez voto de silêncio, o tio um professor gay suicida e o avô obrigado a morar com eles depois de ser expulso do asilo por cheirar heroína.
Todos se transformam quando a filha caçula vai participar de um concurso de beleza, obrigando toda a família a viajar quase 1.000 km em uma velha kombi sem embreagem.

Os dois filmes mostram como os segredos da vida podem estar nos lugares mais simples, mas ao mesmo tempo mais difíceis de se enxergar. E o mais importante, que só chegamos a elas por nós mesmo.
Tenho visto um turbilhão de livros de auto-ajuda e uma tonelada de gurus, sejam eles espirituais ou profissionais. Todos eles com a fórmula certa para o sucesso, que eles explicam ao longo de dezenas de livros. É impressionante como os seus problemas são pequenos para esse mestres do sucesso. Eis que de repente você se depara com algo que não estava no livro...
Aí fodeu....
De winner convicto você vai a um loser instantâneo. Nesse momento você descobre que pode reverter a sua situação e se tornar novamente um winner. Aí você começa a se recordar de tudo aquilo que te tirou do buraco e transforma numa fórmula matemática do tipo: "ambição+ética=sucesso profissional". Quebre essa fórmula em umas treze etapas e pronto. Já escrveu seu próprio livro de auto-ajuda, ou motivação profissional, conhecimento espiritual ou qualquer outro termo que resolva inventar. Depois disso, vira consultor de empresas, cobra uma fortuna para dar palestras, arruma uma coluna numa revista de grande circulação e passa a vida dizendo as pessoas como resolver seus problemas. Ah, e deixando claro, que caso não consigam a culpa é delas, que não souberam se transformar em vencedores.

3 comentários:

Jade disse...

adoro cinema...
tenho andado meiu longe dele!
Adoro circuito de arte... sempre passam filmes mais bacanas que os de Holliwood. Principalmente os franceses. Adoro!

E livros de auto ajuda?!
Puff!
o meu neurologista deu uma psicologo e disse que eu sou emocionalmente descontrolada.
Me RECEITOU um livro de auto ajuda chamado O PODER DO AGORA. Puta que pariu!

Ele que é descontrolado. Isso sim!
Uma merda o livro!
Não passei da sexta pagina!

Raquel disse...

Já é até clichê criticar livro de auto-ajuda, né? Mas quem nunca deu uma folheadinha em qq um deles q atire a primeira pedra. Não condeno os caras que os escrevem, eles apenas descobriram o tamanho da fraqueza humana e a superficialidade mental e resolveram ganhar dinheiro com isso. É um bom filão.
Gosto de cinema, mas confesso que não tenho companhia para esse tipo de filme, tem q sair em DVD pra eu assistir e aí eu tenho q alugar e então já era, hahaha.
Mas parece muito interessante mesmo, gostaria de assistir.

Don Rodrigone disse...

tente assistir "o Labirinto do fauno". Foi outra jóia que assisti nos últimos tempos. Dos que vc falou, só vi "Pequena Miss Sunshine". É o que se pode chamar de pequeno grande filme... do tipo que vale comprar quando sair em dvd.

Já a auto-ajuda, bom, acho que já disseram tudo, né?