quinta-feira, agosto 12, 2010





Hoje estou afim de resmungar sobre a Lei de Murphy. É impressionante como as pessoas tem conseguido fazer dessa lei praticamente uma verdade universal, utilizando ela para justificar toda uma sorte de idiotices.  Tudo começou quando o engenheiro aeroespacial  Edward Murphy foi cobaia de um teste de tolerância a gravidade. Terminado o teste, ele saiu todo fodido, e ainda teve a notícia que o  imbecil do assistente que instalou os sensores por todo o seu corpo, tinha feito uma puta cagada e invertido eles.  Daí, desenvolveu-se o mote da lei “Se algo pode dar errado, dará, e da pior maneira possível.” É a popular “zica”.
                Agora, como um comentário de um engenheiro revoltado pode ter se transformado em algo tão popular? Porque todos praguejam contra a famigerada “lei”? Essa porra de fato existe?
                Acontece que algumas situações bastante frequentes em nossas vidas fazem essa lei parecer algo tão óbvio quanto a gravidade. Isso porque normalmente somos idiotas o suficiente para não enxergamos um palmo a frente do nariz.
Exemplo 1: “Num congestionamento, se você está numa faixa de trânsito, é sempre a outra que anda mais rápido. E caso mude de faixa, a que você estava passará a andar mais rápido.”
Quem nunca praguejou nessa situação? Agora vamos pensar um pouco. Quando estamos parados, toda sensação de movimento faz com que nos sintamos... parados oras. Quando sua fila anda, você não olha para a do lado, para saber se ela está se mexendo.  Quem marca o carro ao lado, muitas vezes percebe que momentos depois ele está “um pouco a frente”, talvez uns dois ou três carros. De repente ele dispara e você xinga. Mas passam mais alguns momentos e percebe que alcançou o filho da puta. Agora, quando muda de faixa, está abrindo um espaço onde está e ocupando outro espaço na outra faixa.  Então os carros de trás se movem para ocupar o espaço que VOCÊ ocupava. Quando o carro de trás ocupa sua vaga, o que vem seguindo ocupa a vaga deixada por ele. Então a fila ao lado anda até que o espaço vazio seja ocupado, e a sua para porque você ocupou o espaço vazio.
Exemplo2: “Qualquer imprevisto que te atrase, gera um atraso ainda maior no ônibus que tem que pegar”
Para começar, se você está atrasado, deve estar pegando o ônibus em um horário diferente do de costume. Isso pode significar que o trânsito esteja maior ou o ônibus que você espera passou  justamente no momento em que você deveria estar lá. Nesse caso, o culpado é você, e não o pobre motorista.  Mas se você está pegando o ônibus no mesmo horário de costume, e ele atrasa, certamente o motorista não premeditou isso. Se você documentar o tempo que esperou o mesmo ônibus no mesmo horário durante um ano, vai notar que ele se atrasou, até quando não estava apressado. Também vai perceber, que em alguns momentos de pressa, ele chegou mais rápido que de costume. A diferença é que quando você tem pressa, o atraso do busão te preocupa, ao passo de que quando tem o resto do dia pra vadiar, nem liga para isso.
Podemos jogar a Ley de Murphy no lixo então? Não é para tanto, basta reformular seu texto para “Todas as hipóteses são possíveis, inclusive a pior delas”. Sabendo que o ônibus pode atrasar, procure sair mais cedo.  No mundo corporativo, as empresas sempre se preparam para todos os cenários antes de iniciar um projeto ou lançar um novo produto.  Se preparar para o pior é algo inerente ao ser humano (aliás, essa a única função da adrenalina) e transformar isso em algo fácil de entender é o grande mérito da Lei de Murphy. 

segunda-feira, maio 17, 2010

SOCORRO - Adam Sandler



Bom, mais uma vez o Resmungando muda a temática. Vou tentar me aproximar do que o próprio nome diz. Vou resmungar um pouco, criticar as coisas mais simples. Extravasar todo meu mau-humor. E os leitores quem me agüentem.

Às vezes tenho meus momentos de puro ócio, em que sento na frente da TV e assisto a primeira porcaria que tiver passando. Invariavelmente acabo caindo em algum filme na TNT. Mas de uns tempos pra cá tenho fugido desse canal, simplesmente porque não agüento mais ver a cara do Bem Stiler e do Adam Sandler. Porra, eu até confundo os dois às vezes. Aliás, andei comentando com minha namorada que sou capaz de resumir qualquer, é isso mesmo QUALQUER filme já lançado ou a lançar com o Adam Sandler, sem ter assistido.

“Rapaz bonzinho de vida pacata, sempre disposto a ajudar todo mundo, tem sua vida alterada por um acontecimento extraordinário. Passa por alguns apuros, demora a se acostumar com a nova vida, mas se apaixona por uma mulher encantadora, mas cheia de problemas. Ambos vencem todos os obstáculos juntos e vivem felizes para sempre.”

Eu quero que alguém me cite um, APENAS UMA PORRA DE UM FILME, do Adam Sandler que não possa ser resumido assim. E o pior é que esse cara faz um filme atrás do outro, ganha uma fortuna e é simplesmente IDOLATRADO. Procurem “Adam Sandler” no orkut. Há várias comunidades “Adoro o Adam Sandler”, “Casava com o Adam Sandler”, “Adam Sandler é o melhor comediante”, “A barriga dói com Adam Sandler”. Porra... acho que sou um E.T. porque nunca consegui rir com esse cara.

A verdade é que estou farto dessas comedinhas românticas enlatadas. E esse cara é a mostra da porcaria que virou o cinema. Comentei do Bem Stiller lá em cima, que apesar de prolífico considero um bom ator (pelo menos sabe fazer caretas e não só a cara de idiota do Adam Sandler). Pronto queridos, a partir de agora os comentários estão livres pra vocês defenderem o cara. Não tenham dó, me espinafrem mesmo... só não vale me chamar de viado nem de broxa.

quinta-feira, abril 29, 2010

O Jovem Autêntico

“Caro escritor. Li o seu último livro:“Manual do jovem autêntico” e escrevo para lhe dar os parabéns.É muito bom saber que podemos contar com diversas regras bem definidas para não precisarmos nos submeter às imposições do sistema.Gostei também dos livros de outros autores inspirados nos seus como “Manual para o Manual do jovem autêntico”, “O Segredo do Manual do Jovem Autêntico”, “O Manual do Jovem Autêntico na Cabana” e o “Manual do Jovem Autêntico das Galáxias”.

Tenho 18 anos e tenho pensado em ser escritor, creio que o mercado esteja muito bom, sobretudo como o dito no Capítulo 16 – Como ficar rico sendo um jovem revolucionário comunista. Tanto que já deixei meu cabelo crescer e não o lavo há umas duas semanas. Passei a consumir três baseados por dia e andar sempre com um livro cheio de traças embaixo do braço. Já bolei um protesto contra o aumento do preço da carne de avestruz, mandei fazer umas camisetas e levantar uma grana vendendo elas a manifestantes. Contratei dois manifestantes profissionais de algumas centrais sindicais pra me ajudar. Quando eu completar meu décimo protesto, escrevo minha biografia, e a vendo para esses mesmo manifestantes, como maneira de financiar a luta pela liberdade e contra a opressão.

Penso também em ser músico. E para isso foram muito úteis as dicas do Capítulo 666- Como ser um Metaleiro Satanista ou um Gótico Deprimido. Está sendo difícil evitar ao máximo sorrir, mas só estou com uma dúvida. Eu até gosto dos vocalistas gritando feito uma puta histérica enquanto o guitarrista masturba seu instrumento e o baterista fode com a bateria. Só não sei se faço cara de mau e viro um metaleira satanista ou faço cara de coitado pra virar um gótico. Se nada der certo, eu raspo o cabelo, pinto um sapato de cada cor,esqueço de 4825 acordes de guitarra e viro punk.

Ainda falando de música, a música nacional voltou a fazer sucesso, e penso em embarcar nessa onda. No capítulo 60 – Descobrindo o nada, estou aprendendo a dar valor àquele artista nacional de quem eu fazia troça e me julgando responsável pelo resgate da nossa cultura. É muito legal freqüentar o candomblé e achar o maior barato, ignorando se tratar de uma crença religiosa, e não uma ferramenta para aumentar meu ego supostamente tolerante e pluralista. É fácil, basta eu decorar meia dúzia de canções de Elis Regina, Mutantes, Clara Nunes e Jorge Bem que posso me julgar uma enciclopédia da boa música nacional.

Mas gostei especialmente do Capítulo 21-B – O Alternativo, ou Independente. O legal de ser alternativo ou independente é que é como uma mistura de tudo isso. Eu posso responder uma pergunta com uma frase que não necessariamente seja uma resposta, e isso deverá ser levado como sinal de inteligência. O foda vai ser decorar o nome de 1827 bandas de rock inglês, cujo cd nem a mãe deles comprou e pagar caro para assistir a um show deles num muquifo qualquer aqui no Brasil (já que na Inglaterra eles não fazem show nunca). Além disso, só comprar roupa no Brechó e livro no sebo, e só assistir filme francês. Só não entendi bem aquela coisa de ser Blasé, mas já to craque na expressão de desprezo.

Além disso foi de muita utilidade o capítulo 88 – Não basta ser vegano tem que encher o saco. Estou decorando discursos contra o mau-trato aos animais. Posso seguir o capítulo 24- Geração Saúde e só andar de regata e tomar minha creatina na mesa do bar em que todos bebem cervejas ou ainda o Capítulo 171 – Fazendo Papel de Palhaço fazendo malabarismos e cuspindo fogo na rua e nas baladas e defendendo o resgate da cultura circense (ainda que jamais tenha ido a um).

O que mais me agrada é saber que independente do caminho que eu escolher, não só vou ver um jovem autêntico e exclusivo, como terei uma turma de jovens autênticos e exclusivos que pensam e agem exatamente como eu. Vou ser diferente, igual a um monte de gente igual a mim.

Grande abraço

Jovem Autêntico Indeciso"

terça-feira, abril 27, 2010

O CORNO VIRTUAL

“Era por volta de duas da tarde. A campainha tocou. Janete abriu a porta com uma minissaia muito curta e uma blusa branca com um enorme decote, que dava uma visão deliciosa de seus seios médios. O entregador da lanchonete não conseguiu disfarçar, olhou-a dos pés a cabeça e só saiu do transe quando foi interrompido por ela.
— Pode entrar, já vou pegar o dinheiro.
O menino, que devia ter uns dezesseis anos no máximo, entrou e a pedido da gostosa foi ao quarto. Janete pegou uma cadeira, para alcançar um pote em cima do armário onde guardava o dinheiro. Se esticou bastante e demorou um bocado, deixando que o garoto olhasse por debaixo da minissaia, sua bocetinha, livre de calcinha. O menino, mesmo assustado, se aproximou para admirar aquela bela xoxota raspada, que já fazia seu cacete quase virgem estar a ponto de estourar a bermuda.
Ao descer da cadeira, propositalmente Janete se desequilibrou e deixou ser segurada pelo garoto. As mãos do garoto, instintivamente apertaram a bunda da moça, que retribuiu a gentileza com um beijo na boca, enquanto procurava aquele caralho juvenil dentro da bermuda...”

Assim começava um dos muitos contos do blog “Corno Virtual”. Com uma audiência considerável, povoava o imaginário de punheteiros do Brasil inteiro com a imagem da esposa infiel que devorava entregadores, carteiros, encanadores e até mesmo as vizinhas gostosas da república ao lado. O autor de tais histórias era Reginaldo, que buscava no seu próprio cotidiano a inspiração para descrever tais façanhas.

Reginaldo não era entregador, carteiro, encanador e muito menos uma vizinha gostosa da república ao lado. Era o próprio marido de Janete, traído, ferido e fodido. Desde antes do casamento, sempre fora extremamente ciumento. Reclamava dos amigos de Janete, das roupas que ela vestia, e na hora de comer a mulher, se achasse que ela gemia com um pouco mais de entusiasmo, já brigava, achando que ela estava pensando em outro. Cansou-se de seguir a namorada sorrateiramente, apagar contatos de seu celular e até a controlar suas amizades na Internet. As amigas de Janete jamais conseguiram entender como ela suportou tal situação até o casamento.

Seis meses após o casamento, Reginaldo instalou câmeras em casa, preocupado com o que fazia a mulher enquanto ele trabalhava. Em uma semana de vigilância, viu a mulher fodendo com ao menos seis homens diferentes, em todos os cômodos da casa, na cozinha, no banheiro, e até na varanda. Num primeiro momento, chegou a carregar seu trinta-e-oito para dar cabo da vagabunda. Mas deu mais uma olhada no vídeo e ficou extremamente excitado. Porra! Porque com ele, Janete nunca fodia assim, como uma puta? Bateu três punhetas em seqüência, tomou um calmante foi dormir.

No dia seguinte, acordou cedo, viu a mulher deitada na cama e pegou o revólver. Tentou atirar, mas suas pernas tremiam e sua mão suava. Colocou o revólver no criado-mudo, sentou-se e chorou. Olhou para sua esposa, que dormia de bruços, segurou o cabelo dela com uma mão, puxou forte e disse em seu ouvido: “Fica de quatro sua vadia imunda!”. Janete não teve tempo nem de acordar direito quando sentiu seu cu sendo rasgado pela rola do marido. Ambos gozaram como nunca naquele dia.

Todos os dias, Reginaldo assistia os vídeos da mulher. Escrevia o que vira na Internet, valorizava detalhes e às vezes até inventava algumas coisas para dar uma apimentada. Em seguida, transava com a mulher por horas. Foi aí que percebeu, que a único jeito de fazer sua mulher transar com ele como uma puta, era fodê-la como um corno.

sábado, junho 27, 2009

Esqueçam o Incostitucionalissimamente

Lembram-se quando aprenderam na escola, lá no primário, que a maior palavra da língua portuguesa era Inconstitucionalissimamente com suas 27 letras? Isso é passado tualmente essa palavra é a sexta da lista. Bom, das cinco palavras, quatro foram criadas por médicos. Talvez a capacidade de criar palavras complicadas façam essas figuras de jaleco se sentirem mais importantes que o resto do mundo. Aqui vai uma breve apresentação das campeãs.


5- Oftalmotorrinolaringologista: Tem 28 letras. Agora fodeu... já me trava a língua falar o otorrinolarinlogogista... laringogogista, larinjologista... putz, eu nunca sei. Enfim, um médico que cuida dos olhos, do nariz, da gargante e ouvidos é interessante, mais ou menos como um cabeleireiro que também faz barba, depilação, unha, massagem, drenagem linfática enquanto transa um samba do bom. Mas quer um conselho? Nunca marque dentista e oculista no mesmo dia, ou vai sair sem enxergar nada e mastigando a bochecha.

4- Anticonstitucionalissimamente: São 29 letras para dizer o mesmo que inconstitucionalissimamente. É o maior advérbio da língua portuguesa. Normalmente é usada a exaustão pelos advogados como maneira de hipnotizar os juízes

3- Hipopotomonstrosesquipedaliofobia: Com 33 letras é a minha favorita. É o nome dado ao transtorno psiquiátrico caracterizado pelo medo em dizer palavras grandes ou complicadas. O psiquiatra que inventou esse nome é muitíssimo filho da puta, imagina só, o cara vai ao psiquiatra e quando chega em casa a família pergunta: "E aí, o doutor falou o que você tem?". Pronto, o cidadão entra em pânico na mesma hora.
2- Pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiose. Com incríveis 44 letras é o nome de uma rara doença pulmonar causada pela aspiração de cinzas vulcânicas.Na verdade, também é chamada de pneumoconiose, que é o nome mais usado atualmente. Mas para nós, amantes da língua portuguesa, pneumoconiose não tem graça nenhuma.
1- Pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiótico: 46 letras só para foder mais um pouquinho. Pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiótico é o portador de pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiose. Como eu já disse acima, a pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiose é também chamada de pneumoconiose, portanto Pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiótico também pode ser chamado de pneumoconiótico. Mas enfim, já que para nós, amantes da língua preferimos Pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiose a pneumoconiose, é fato que melhor que pneucomoniótico é Pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiótico.

Caso não tenham entendido algo, sugiro que voltem ao começo do texto e releiam ele em voz alta.